quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O verbo no infinito

"Ser criado, gerar-se, transformar
  O amor em carne e a carne em amor; nascer
  Respirar, e chorar, e adormecer
  E se nutrir para poder chorar

  Para poder nutrir-se; e despertar
  Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
  E começar a amar e então sorrir
  E então sorrir para poder chorar.

  E crescer, e saber, e ser, e haver
  E perder, e sofrer, e ter horror
  De ser e amar, e se sentir maldito

  E esquecer tudo ao vir um novo amor
  E viver esse amor até morrer
  e ir conjugar o verbo no infinito..."

Vinicius de Moraes.
Meu tempo é quando, página 9, Fundação Banco do Brasil, 1990.

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